domingo, 20 de março de 2011

Eu sou normal!

Para confessar, eu sempre me achei meio estranha. Esquisita, meio neurótica. Todo mundo tem um pouco de neuroses (Sig explica), mas as minhas pareciam as "mais-mais" no rank freudiano.
Aí, um belo dia você cresce, assiste filmes, lê jornais e descobre que é como mais um dos mortais (não que isso seja ruim, pelo contrário).

Assistindo a "Cortina Rasgada", do mestre Alfred Hitchcock, eu descobri que sou uma mulher normal, no sentido mais feminino da palavra. No filme, Paul Newman (que eu nunca tinha visto em qualquer outro filme e de quem posso dizer, no mínimo, que era dono de uma beleza selvagem) e Julie Andrews são noivos e estão a caminho de uma conferência internacional na Suécia. Ele é um cientista, e ela, sua assistente. Logo na primeira cena dá para perceber o entrosamento dos dois. Mas aí o noivo começa a agir de forma suspeita, diz não serem para ele telegramas que o hotel lhe entrega, compra passagem escondido, etc. Ela descobre e decide, elegantemente, como só a Julie Andrews sabe, perguntar o que está acontecendo, afinal são noivos e trabalham juntos. Paul Newman, com aqueles olhos azuis gélidos, responde de forma bastante grosseira, demonstrando que não quer mesmo falar sobre o assunto. Ela então, novamente elegantérrima, levanta-se da mesa onde estão para jantar, pede licença e sai. Chega no hall do hotel e pede ao conciérge...o quê, o quê? Uma passagem de volta para os EUA, claro! Aí eu paro, penso e digo: "Céus, mas isso é exatamente o que EU faria!" E percebo, para minha felicidade, que posso me considerar fora do rank "mais-mais" freudiano.

Semanas depois, estou lendo o jornal quando me deparo com uma reportagem sobre quem são os mais endividados (resposta: mulheres jovens que emprestam o cartão de crédito para conhecidos; sinônimo: antas estúpidas), não que eu esteja nessa situação, mas o que me chamou a atenção foram as dicas dadas para não entrar no vermelho. Primeira dica: fazer planilhas de gastos (oba! isso eu faço) de preferência com três meses à frente. O quê? Sério? Então não sou neurótica? Porque desde que assumi meu emprego utilizo as tais planilhas. No início eu fazia mensalmente, depois descobri que era mais confiável fazer com dois meses adiantados para prever os gastos, e atualmente, faço com três meses à frente. Vocês não podem imaginar o meu alívio quando li isso (nunca o jornal A Gazeta me foi tão útil!), porque eu sempre me sentia culpada quando fazia minhas planilhas trimestrais (o que prova que, no fundo, a neurose era outra, não a das planilhas...) De qualquer forma, foi um alívio ter, finalmente, provas cabais de que, olhando de perto...eu sou é bem normal!

Um comentário:

  1. Oi Priscila! Nem sei se vc vai ler esse comentário, pois faz tempo que não posta. Mas tenho seu link no meu blog, e como sempre gostei de te ler, sinto falta de suas atualizações.
    Beijinhos!
    Vivi

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